quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

 Eu imagino que nossa vida é um traço no tempo/espaço, com começo, meio e fim. E, depois, recomeçamos, com um novo traço.

Ao longo da caminhada pelo traço, vemos que alguns marcos surgem e eles podem ser enormes, ou pequenos, ou quase imperceptíveis. Mas, cada um deles nos induzem a mudar as nossas passadas, obrigam-nos a formular conceitos que ditam nosso modo de ser e de agir. Cada marco tem a função de nos fazer amadurecer, evoluir, a olhar o traçado com outros olhos. Cabe-nos interpretar essa função, afinal não existe nenhum manual explicando como tudo isso funciona. E cada pessoa o faz a sua maneira, de acordo com os conceitos que vêm acumulando.
Já tive muitos marcos em meu traço de vida.
E, hoje, apareceu mais um. Comparado aos outros do passado, este parece pequeno, mas talvez seja bastante significativo.
É que hoje parei com o meu tratamento, não por vontade própria, mas em conjunto com meus médicos. Viram que havia condições boas para essa tomada de decisão.
Agora prossigo nessa caminhada, olhando o que ficou pra trás e tentando enxergar um pouco mais a frente. Passadas em outro ritmo, novos conceitos acrescentados à coleção, um novo olhar para o que vier pela frente.
Registro minha gratidão a todos que torceram por mim, pelas boas vibrações que me enviaram, pelo carinho e amizade.

terça-feira, 29 de março de 2011

José Alencar, para a história


José Alencar e Mariza Campos Gomes da Silva

Foi com grande pesar que o povo brasileiro recebeu surpresa no meio da tarde a triste notícia da morte de José Alencar, ex-vice presidente da República.

Os noticiários homenageiam este homem lutador e de sucesso, contando sua história de vida.

Mas, sem dúvida, foram os últimos anos os que mais tornaram-no foco da mídia, pela sua carreira política ao lado do ex-presidente Lula e, sobretudo, pela sua batalha ferrenha contra uma doença implacável.

Ferrenha, sim, pois sempre manteve sua postura de otimismo e bom humor diante da doença, atitude essa que alimentou a energia que ele usava para ganhar as batalhas contra o câncer. Foi uma demonstração clara de vontade de viver, sem medo da morte.

Aliás, como ele mesmo dizia nas entrevistas, não tinha medo de morrer, tinha medo, sim, é da desonra, pois o homem honrado não morre jamais, mas o homem sem honra morre em vida.

Senhores políticos, desejo que esse pensamento do ilustre José Alencar ressoe o tempo todo em seus ouvidos e crave forte em suas mentes, para que os senhores reflitam bastante antes de cometer qualquer ato que ponha em dúvida sua honra.

O ex-presidente Lula comentou que agora o amigo descansa em paz.

Creio que é mais certo pensarmos que foi a doença que deu uma folga ao batalhador José Alencar, pois seu grande espírito, agora livre da doença que assimilava seu corpo, certamente está forte para velar por nós e pelo nosso país.

Adeus, José Alencar, e obrigado pela marca que deixou na história do Brasil e na memória deste povo.



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quarta-feira, 16 de março de 2011

Gente, ontem mesmo postei aqui minha opinião sobre aqueles bravos funcionários da usina nuclear de Fukushima, que estão arriscando a saúde e vidas próprias em prol da vida de milhares de conterrâneos que estão à mercê de um perigo invisível e cruel: a radioatividade.

Hoje, quarta-feira, 16 de março, vi esta notícia no site UOL-Notícias-Internacional, que coaduna com meu entendimento:


16/03/2011 - 15h19

Trabalhadores de usina em "missão suicida" se tornam heróis nacionais no Japão

Os trabalhadores responsáveis pela refrigeração de quatro dos seis reatores da usina nuclear de Fukushima já estão sendo tratados como heróis pela população japonesa. Os profissionais arriscam suas vidas para reduzir a temperatura dos reatores que foram bastante danificados pelo terremoto e tsunami da última sexta-feira (11).
As equipes de emergência dizem que “não têm medo de morrer”, enquanto encaram níveis de radiação perigosíssimos à saúde.
As explosões e incêndios registrados na central nuclear fizeram aumentar os níveis de radiação do local, obrigando a companhia Tokyo Electric Power Co (TEPCO), responsável por operar o reator, a retirar a maior parte dos empregados.
Todos os empregados foram obrigados a deixar a usina nuclear nesta quarta, depois do aumento dos níveis de radiação. No entanto, pouco tempo depois, os 180 trabalhadores, que se dividem em turno de 50 homens, regressaram à planta, em meio aos temores de uma possível contaminação radioativa. Eles vestem roupas especiais, máscaras e usam tanques de oxigênio.
“As pessoas que trabalham na usina estão lutando sem fugir”, disse Michiko Otsuki, um funcionário da central nuclear de Fukushima 2, na rede social japonesa Mixi. “Agora, apenas posso rezar pela segurança de todos. Por favor, não se esqueçam que há pessoas trabalhando e arriscando suas vidas para proteger as nossas”, completou.
O primeiro-ministro japonês Naoto Kan elogiou os esforços e a coragem dos trabalhadores da usina nuclear. “Eles estão se esforçando ao máximo, sem pensar duas vezes no perigo”, afirmou.
Muitos especialistas consideram a missão desses trabalhadores como suicida. “Estamos chegando a um ponto onde não terá mais retorno. A situação não para de piorar. As equipes de emergência estão em uma missão suicida e, provavelmente, teremos de abandonar o navio com os tripulantes dentro”, disse a médica Michio Kaku à rede de TV americana ABC.
O diretor de pesquisa radiológica de Columbia, David Brenner, assinalou que dado os níveis de radiação detectados nas instalações, os trabalhadores se acham sob um "risco significativo".
"Em muitos sentidos, eles já são heróis, pois vão sofrer uma alta exposição à radiação", explicou Brenner à BBC.
O jornal Yomiuri Shimbun informou na terça-feira que o ministério da Defesa do Japão criticou a agência de segurança nuclear e TEPCO depois que alguns de seus soldados ficaram feridos, provavelmente devido à exposição à radiação. As forças de segurança se deslocaram para o reator 3 quando aconteceu uma explosão na estrutura de contenção.
"Disseram que era seguro e nós acreditamos, por isso trabalhamos lá", explicou o ministério da Defesa. "Conhecemos a proteção sobre radiação, mas não somos especialistas na estrutura de reatores. Quando nos comunicaram que estava a salvo, também acreditamos, embora sentíssemos que não era algo fácil", acrescentou.
*Com informações da AFP


Apenas retifico um dado que postei ontem ao dizer que são 50 os funcionários da usina que estão se dedicando a essa tarefa, porém, noticiou-se que são 180 e que se revezam em turnos.

Seja qual for o resultado desse esforço heróico, uma coisa é certa: os nomes desses corajosos fundionários serão lembrados com louvor e estarão para sempre na história da humanidade.

Pensamentos positivos para o povo do Japão e para todos que os estão ajudando.



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